sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Adaptações de vôo

No seu caminho evolutivo, as aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o vôo ao animal. Entre estas podemos citar:
Endotermia
Desenvolvimento das penas
Desenvolvimento de ossos pneumatizados
Perda, atrofia ou fusão de ossos e órgãos
Desenvolvimento de um sistema de sacos aéreos
Postura de ovos
Presença de quilha, expansão do osso
esterno, na qual se prendem os músculos que movimentam as asas Ausência de bexiga urinária
Ausência de dentes
As penas, consideradas como diagnóstico das aves atuais, estão presentes em outros grupos de dinossauros, entre eles o próprio
Tyrannosaurus rex. Estudos apontam que a origem das penas se deu a partir de modificações das escamas dos répteis, tornando-se cada vez mais diferenciadas, complexas e, posteriormente, vieram a possibilitar os vôos planado e batido. Acredita-se que as penas teriam sido preservados na evolução por seu valor adaptativo, ao auxiliar no controle térmico dos dinossauros – uma hipótese que aponta para o surgimento da endotermia já em grupos mais basais de Dinosauria (com relação às aves) e paralelamente com a aquisição da mesma característica por répteis Sinapsida, que deram origem aos mamíferos.
Os ossos pneumáticos também são encontrados em outros grupos de répteis. Apesar de serem ocos (um termo melhor seria "não-maciços"), os ossos das aves são muito resistentes, pois preservam um sistema de trabéculas ósseas arranjadas piramidalmente em seu interior.
Com relação a características ósseas relacionadas à adaptação ao
vôo, podemos citar:
Diminuição do crânio, sendo este composto por ossos completamente fusionados no estágio adulto;
Rostrum (
mandíbula + maxila) leve, podendo ser "oco" (p. ex. em tucanos, Ramphastidae) e coberto por uma camada córnea, a ranfoteca;
Forame magno direcionado posteriormente, facilitando a posição "horizontal" da ave (quando em vôo);
Diminuição do número de vértebras, em especial no sinsacrum (fusão de vértebras e outros ossos da cintura pélvica) e
pigóstilo (vértebras caudais fusionadas);
Tarsos (mãos) com grande fusão de ossos, sendo que atualmente só se observam três dedos;
Fusão das clavículas formando a
fúrcula (conhecido popularmente como "osso da sorte"), como adaptação ao fechamento dos órgãos dentro de uma caixa óssea;
Costelas dotadas de um processo uncinar (projeção óssea posteriormente direcionada de modo a fixar uma costela com a costela imediatamente atrás), também uma adaptação ao fechamento;
Prolongamento do osso esterno e desenvolvimento da carena ou quilha esternal, sendo que o primeiro também é uma adaptação à formação da caixa óssea e o segundo uma adaptação para a implantação dos músculos do vôo, necessariamente fortes.
Fusão de ossos nas pernas (apêndices locomotores posteriores) formando a tíbia-tarso e tarso-metatarso.
Quanto a outros órgãos, as aves perderam os
dentes (redução do peso total do animal) e as bexigas, e a grande maioria dos grupos de aves perderam o ovário direito. O sistema de sacos aéreos funciona em conjunto com o sistema respiratório (por isso a respiração em aves é diferente dos outros grupos de tetrápodes). Ainda tem função de diminuir a densidade do animal, facilitando o vôo e a natação (no caso de aves que mergulham).
Todas essas características já são observadas em outros grupos de
répteis, em especial nos Dinosauria, o que levou especialistas a classificar as aves não como um grupo à parte (Classe Aves, como era conhecida antigamente), e sim como um grupo especializado de dinossauros (veja Ascendência das aves).

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